sábado, 10 de janeiro de 2009

Leva-me. Leva-me para longe daqui. Limpa estas folhas mortas agarradas ao meu corpo. Estes defuntos que se alimentam da minha alma e não me deixam ir. Abala por favor o meu mundo; faz-me renascer neste mesmo corpo, ou noutro qualquer. Abraça a minha alma e dá-lhe vida. Preenche este vazio que me escorre nas veias, que o coração bombeia e eu já não consigo evitar o seu cansaço, que me consome, que me grita aos ouvidos e implora que lhe dê descanso. Ah... como cessar este circulo vicioso que se apodera de mim? Este sempre regressar às origens, esta vertigem que tenho em cada passo que dou e me agarra, como uma teia, a esses vultos que me abraçam, que me sussuram aos ouvidos coisas que ainda não esqueci, que abrem as gavetas da minha alma e me torturam com a convicção de que ainda não morri.

Tira-me, por favor... tira-me daqui.

1 comentário:

  1. Não poderia deixar passar em branco este grito. lembras-me alguns momentos do Régio, devias ler o "senhor papão", vou ver se te mando o poema.
    Mas ainda, para ti:

    "Hoje sou pequenina,e no espelho há uma senhora que atira para longe o brilho da escuridão que é porta para dentro de mim."

    Acho que se aplica... Abracinhos e fica atenta que o -Silêncio- ser-te-á dedicado.

    ResponderEliminar